segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Pró-atividade: Condição básica para a Evolução Profissional

No atual contexto do mercado de trabalho, altamente caracterizado pela competitividade, muito se fala em qualificação, experiência, especializações, entre outras exigências. Mas, antes de tudo, é preciso atentar a um quesito básico, fundamental para os profissionais que pretendem traçar uma carreira sólida e de sucesso: a pró-atividade.

A pró-atividade é definida como uma ação antecipada, refere-se à tomada de decisões com agilidade e inteligência. Para empresária e escritora Maria Christina de Andrade Vieira, ser pró-ativo é uma condição básica para aqueles que querem ter uma carreira bem sucedida, “O ideal é ir além, surpreender, encantar, fazer a diferença”, explica.

Na prática o profissional pró-ativo enquadra-se no perfil dos que tomam a iniciativa, seja na realização de novos projetos ou na busca por soluções eficazes na empresa, como ressalta Maria Christina, “este profissional está sempre atento, ele não espera, faz acontecer; para isso é preciso se comunicar, ter liderança, motivação, planejamento, delegar o que é possível”.

Através da postura de cada funcionário diante das diversas situações que ocorrem na rotina do ambiente de trabalho, é possível classificá-los em “tipos” ou “categorias”. Provavelmente, os que mais ganham visibilidade e destaque, quanto à eficiência e comprometimento, pertencem ao grupo dos que tomam a iniciativa e trazem resultados positivos para empresa.

Entretanto, para tomar decisões corretas e antecipar-se às possíveis demandas, é preciso estar preparado e atento a todas as situações, de modo que se possa adquirir conhecimentos, experiências e informações que favoreçam uma ação pensada.

Segundo Alfredo Posse Lago, consultor e palestrante na área de desenvolvimento de pessoas, existem alguns preceitos básicos para se tomar a iniciativa com eficiência, “realizar um planejamento e possuir o conhecimento da área é fundamental, isto é ser um profissional preparado, que saberá tomar iniciativas sem correr riscos desnecessários”.

Maria Cristina aponta que a falta de preparo e a insegurança são alguns obstáculos que dificultam os profissionais a se tornaram pró-ativos, “o que vejo nas empresas são profissionais ainda inseguros na relação ao que a chefia espera deles. Se ele não sabe o que o chefe ou a empresa espera, como ser pró-ativo?”, indaga. Como pró-atividade está relacionada ao marketing pessoal, a ausência desta pode comprometer a evolução do profissional dentro da empresa.

Apesar da pró-atividade estar diretamente ligada ao projeto de carreira individual, de acordo com a empresária, alguns aspectos devem ser considerados, como: a meta do profissional; os meios pelos quais pretende atingir essas metas; direcionar suas ações de forma coerente com a missão e objetivos da empresa e, por fim, aprimorar habilidades e competências necessárias para o crescimento profissional.

Alcançar o sucesso dentro da profissão depende de uma carreira bem administrada e estruturada, investindo tanto na parte de especialização quanto em suas ações dentro da empresa.

Fonte: Mariana Parizotto - RH Portal

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Líderes inseguros e imaturos podem ver no bom profissional uma ameaça

Você é daqueles profissionais com bom desempenho, que realiza bem suas tarefas, é elogiado por gestores que estão acima dos seus líderes diretos, mas sempre que tem uma daquelas ideias que podem melhorar ainda mais os resultados da equipe e, por consequência, o seu desempenho, ela é barrada, e pelo seu líder? Cuidado, esse pode ser um sinal de que você representa uma “ameaça” para ele.

Posturas como essas por parte de alguns líderes, geralmente os mais centralizadores, não são exceção, na avaliação da diretora de Consultoria da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Neli Barboza. “É possível existir gestores com essa postura”, acredita. “Mas depende muito da maturidade desse líder”, conta.

Segundo ela, muitos gestores sentem que seu cargo pode ser tomado a qualquer momento por determinado profissional, principalmente, claro, por aquele que mostra resultados, tem boa convivência com a equipe e com outros líderes. Contudo, diz Neli, essa sensação pode ser apenas uma fase pela qual esse gestor passa, deixando-o mais fragilizado e inseguro.

A headhunter da De Bernt Entschev Human Capital Emmanuele Spaine, por outro lado, é enfática ao dizer que apenas líderes muito jovens podem enxergar em um subordinado uma ameaça. “É importante dizer que isso acontece apenas com aqueles que ainda não desenvolveram a segurança e a experiência para serem líderes”, afirma.

Defesa do líder

O bom resultado de um profissional não o torna uma ameaça para o líder. Ao contrário, o gestor também ganha com isso”, ressalta Emmanuele. Para as especialistas consultadas, esse é o papel do líder: o de desenvolver o profissional e possibilitar o crescimento dele. “Desempenho não gera desconforto. E esse é o papel do líder, o de motivar o profissional para que ele dê resultados”, afirma a headhunter.

Neli concorda, mas ressalta uma brecha. “Essa é a missão dele, mas muitos enxergam nisso uma ameaça e esse líder acaba desenvolvendo, ainda que inconscientemente, mecanismos de defesa”, afirma a diretora. Ela acredita que esses mecanismos podem chegar a extremos, fazendo com que esse gestor cometa assédio moral ou mesmo demita o profissional que acabou se tornando seu foco.

Gestores inseguros e imaturos podem acabar restringindo a atuação do profissional que lhe passa essa ameaça. “Ele começa a colocar freios no crescimento do colaborador, como forma de se defender”, avalia Neli.

Para ela, esse tipo de comportamento pode ter vários fundamentos. Mas o principal deles, como afirmou a headhunter, é a falta de preparação, e até de suporte por parte da companhia. “Se a empresa não tem um plano de carreira para esse líder, ele vai se tornar mais inseguro”, reforça. Para ela, as empresas precisam também trabalhar no desenvolvimento dos gestores, e não apenas dos profissionais, para evitar comportamentos desse tipo.

Profissional como foco

Além da atuação da empresa, as especialistas consideram a atuação do próprio “profissional-foco” como importante para amenizar essa percepção do líder. Se ele começar a excluir o colaborador de novos projetos ou mesmo de projetos antigos, se o tratar com indiferença e, de alguma forma, barrar sua convivência com outros líderes ou mesmo colegas, pode ser um sinal de que representa uma ameaça.

Contudo, Neli ressalta que esses sinais podem representar outro tipo de situação, por isso, o profissional deve ficar atento para não se engrandecer ao acreditar que é tão bom a ponto de ameaçar o cargo do seu gestor. Ao contrário. Comportamentos desse tipo devem ser vistos com cuidado pelo colaborador. E mais vale uma boa conversa do que ficar fantasiando os motivos que geraram tal comportamento. “O mais certo é falar direto com o líder, para entender o que está acontecendo”, afirma Neli.

Se o profissional sentir que, de alguma forma, o comportamento de seu gestor está o prejudicando, ele precisa se aproximar e se mostrar para que o líder possa ver nele um colaborador, um parceiro, alguém que vá contribuir para o trabalho da equipe e do próprio gestor”, acredita Emmanuele.

Já o líder precisa passar por um momento de autoavaliação. “Ele precisa questionar os motivos que fazem com que ele se sinta ameaçado”, afirma Neli. “De certa forma, esse tipo de situação ajuda o líder a sair da zona de conforto. É preciso que ele veja nisso uma chance de se reavaliar”, completa.

Fonte: Camila F. de Mendonça, InfoMoney

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O que é mais importante: Treinamento ou vontade de aprender?

Esta semana vim de carro para Curitiba.

Às vezes alterno avião e carro por um motivo simples: quando venho de avião, preciso sair de casa 2 horas antes do vôo para chegar ao aeroporto 1 hora antes, para então voar 1 hora e gastar mais 1 hora até o escritório: total de 4 horas.

Quando venho de carro demoro 4 horas e meia, vindo pelo litoral e sem precisar passar pelo centro de São Paulo!

Nestas oportunidades, eu paro EXATAMENTE no meio do caminho, num posto Graal da Rodovia Regis Bittencourt, o primeiro depois de sair da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega.

Eu sempre achei a equipe que trabalha lá muito atenciosa e rápida.

Também pudera: quando chegam os ônibus de excursão elas (a maior parte são moças) precisam ser rápidas para conseguir manter os clientes atendidos e satisfeitos – caso contrário podem perder a parada, que possui tempo controlado para chegar e sair.

Até então tudo bem, elas devem ter um treinamento muito rígido com processos repetidos à exaustão. Certo? Errado! Não há treinamento. As meninas são contratadas aos 17 ou 18 anos de idade, ficam acompanhando alguém mais velho e … pronto. Está feito o treinamento!

Eu perguntei para a moça do caixa como foi seu treinamento e ela disse:

Nunca fiz treinamento. A gente entra, cola com alguém mais antigo e depende da nossa vontade de aprender. Eu já estou aqui faz 6 anos e já fiz de tudo: chapa, café, fiz até pão…. só não troquei óleo de caminhão ainda, mas já já aprendo”.

Assim como todas as outras moças, ela mora no alojamento do restaurante e estuda na cidade. A maior parte dos funcionários, segundo ela, é dali mesmo ou das cidades vizinhas. Como não há muitas oportunidades de trabalho, quem é contratado se dedica muito e conquista posições quando ganhar mais experiência – depende da sua vontade de aprender.

Sem treinamento. Aprendendo por repetição dos colegas e sendo competitivo para ganhar novas posições.

Não estou julgando a eficácia do método empregado pela rede de restaurantes de estrada, mas quão eficazes são os nossos treinamentos? Às vezes gastamos fortunas com eles mas o colaborador não a tem vontade de aprender, certo? O que move nosso cliente interno de verdade?

Eu estou buscando essa resposta, mas continuo a acreditar na força da capacitação e de uma boa seleção de talentos.

Na volta vou parar de novo no Graal, no que fica do outro lado da pista. O atendimento lá também é ótimo…

Boa semana!

Fonte: Blog Relacionamento - Gustavo Syllos

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Como não ir além do seu limite?

"Temos de ser bons naquilo para o qual temos talento, o que não significa nos exigir sermos maravilhosos o tempo todo"

O mundo está uma loucura mas todos só acertam na vida. Não é esquisito isso? Será que só eu e você temos inquietações e erramos?

Será que só eu e você temos a sensação de correr o dia inteiro e ainda estar em falta com alguma coisa no fim do dia? Todo mundo tem dúvidas, mas faz pose de gênio! Os super-heróis atacam por todos os lados. E os seres humanos deixam de viver as ordens do coração para viver num mundo de aparência.

Fico impressionado com o número de pessoas que se enche de dívidas só para desfilar o carro novo para o vizinho, ou para fazer inveja à amiga com a bolsa de marca famosa, ou para deslumbrar a mulher desejada com um jantar além da sua condição financeira. Pessoas que se cercam de bens materiais e conceitos supérfluos para serem admiradas. Pessoas que não sabem como é bom amar alguém. Não conhecem a essência de um relacionamento. Querem apenas impressionar. Aparentar aquilo que não são.

E os pais super-heróis? Esses querem que os filhos também sejam super-heróis. Lotam a agenda das crianças com aulas e mais aulas. Elas não têm tempo livre sequer para brincar. A ideia dos superpais é preparar os filhos para o futuro. Mas assim as crianças acabam perdendo a infância. Ou seja, não fazem a única coisa realmente importante para se tornar um adulto pleno.

Gostaria de convidar você a refletir um pouco sobre seus heróis. Pense por alguns segundos nas pessoas que você admira. Quando proponho essa reflexão em meus seminários, em geral ouço descrições que lembram os super-heróis das histórias em quadrinhos ou do cinema. Heróis com superpoderes que nada têm a ver com o mundo real.

Apesar de ter plena consciência de que essa imagem não passa de pura fantasia, a maioria das pessoas embarca nela de cabeça. E se ilude querendo mostrar que são superexecutivos, superempresários, supermães, superprofessores, superamantes.

Não estou dizendo que a pessoa que procura dar sempre o melhor de si em cada ação está errada. Ao contrário. É altamente positivo buscar a excelência em cada coisa que fazemos. Isso não quer dizer, no entanto, que sempre sairemos vitoriosos de nossas batalhas. Ninguém consegue ganhar todas as disputas da vida.

Quem exige de si vencer o tempo todo está se candidatando a viver crises de depressão ou, pior ainda, agir sem ética para vencer a qualquer preço. Quem precisa se sentir importante o tempo todo está criando um grande vazio em sua vida... É preciso estar muito consciente para não embarcar nesse jogo de aparências e não se deixar envolver em atividades sem sentido para sua vida.

Acredite: é possível ser feliz com o que você tem e é. Eu digo, com todo carinho do meu coração: da mesma maneira que é importante tirar das suas costas o peso de ser algo que você não é, também é importante tirar esse peso dos ombros de quem está a seu lado. Aliás, nem precisamos ser o que não somos nem precisamos ser perfeitos no que queremos ser. Ser muito bom já é suficiente. Temos de ser bons naquilo para o qual temos talento, o que não significa nos exigir sermos maravilhosos o tempo todo.

Fonte: Roberto Shinyashiki

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Pesquisa indica como elaborar um currículo atraente

Um currículo mal elaborado pode prejudicar o profissional na busca por uma nova oportunidade. Antes de encaminhar as informações à empresa, o candidato deve avaliar o número de páginas do currículo, formação acadêmica, objetivo, resumo de qualificações, entre outros aspectos.

Uma pesquisa realizada pela Right Management, com headhunters e Executives Searches, aponta que o número de páginas mais indicado para a construção de um bom currículo é duas.

Na elaboração de um currículo, 79% dos recrutadores disseram que o documento deve conter o resumo de qualificações e descrição dos cargos.

Já no espaço destinado ao objetivo, o profissional deve apresentar tanto o cargo que ele deseja como a área de atuação que está buscando no mercado de trabalho.

Formação acadêmica

Em relação à formação acadêmica, 85,3% dos entrevistados disseram que a pessoa deve citar especialmente os cursos de graduação e especializações. Os cursos não concluídos, mas cursados por um período superior à metade da grade curricular, também podem ser citados.

O candidato pode incluir ainda os cursos complementares, considerados um indicativo de que o profissional é interessado no autodesenvolvimento. Entretanto, os consultores da Right alertam que as informações devem ser pertinentes e os cursos citados devem ser recentes, realizados nos últimos quatro anos.

A data de nascimento e o estado civil também são itens importantes. De acordo com o levantamento, 54,9% dos consultores disseram que devem ser destacados, assim como as realizações e os resultados expressivos alcançados pelo profissional.

Formato ideal

Sobre a maneira mais correta de elaborar o currículo, segundo a opinião de 80% dos avaliadores, é dividir o texto em itens.

A consultora sênior de Transição de Carreira da Right Management, Telma Guido, explica que o profissional deve optar em escrever o texto em formato de tópicos para facilitar a avaliação da empresa.

O especialista em avaliação de currículo tem de ficar estimulado em ler a informação escrita no documento. O texto em tópicos, além de ser mais prático para o leitor, possibilita a chamada análise dos trinta segundos”, afirma.

Ela acrescenta que este tipo de análise consiste no primeiro contato do avaliador com o currículo, que neste momento precisa encontrar as informações relevantes à vaga e entender quem é o candidato.

Somente em uma segunda etapa será feita a leitura com mais atenção. Outra ressalva sobre o texto em tópico é que o formato favorece uma linha de raciocínio coerente tanto na construção das informações como na leitura do avaliador.

Realizações

Outro destaque do currículo é a menção de realizações e resultados conquistados pelo candidato. O profissional deve ter cuidado ao escrever a conjunção verbal. “O correto é utilizar o verbo substantivado, por exemplo, desenvolvimento de algo ou implantação de algo e não eu desenvolvi ou eu implantei”, aconselha Telma.

Outros resultados

A pesquisa aponta ainda que:

73% das empresas preferem a apresentação do idioma por nível (fluente/avançado/intermediário/básico);

96% disseram que a ordem para apresentação do histórico e experiência profissional deve ser apresentada do último para o primeiro emprego;

96% preferem que as datas de admissão e de desligamento devem ser menciondas por mês e ano;

56% apontam que a melhor forma de apresentar a experiência profissional é por descrição tanto dos cargos como das qualificações;

69% divulgaram que somente as viagens internacionais com propósito de trabalho devem ser mencionadas no histórico profissional.
 
Fonte: Karla Santana Mamona
Infomoney

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O mercado da "Melhor Idade"

Segundo estatísticas do IBGE, no ano 2000, 30% dos brasileiros tinham de 0 a 14 anos, e os maiores de 65 representavam 5% da população. Em 2050, esses dois grupos etários se igualarão: cada um deles representará 18% da população brasileira. Se em 2000 o Brasil tinha 1,8 milhão de pessoas com 80 anos ou mais, em 2050 esse contingente poderá atingir os 13,7 milhões, representando um crescimento em torno de 4,16% ao ano.

A expectativa de vida dos mais velhos, segundo o mesmo levantamento, será de 81,3 anos em 2050. Nessa toada, vivendo mais e melhor, a terceira idade passa a ser um nicho de mercado muito interessante para empresas de diferentes segmentos.
Números que, além de traduzidos em um enorme potencial de vendas, podem se tornar uma interessante fonte de mão de obra. Se compararmos a taxa de atividade profissional das mulheres idosas brasileiras com a de países europeus, por exemplo, vemos que o Brasil, México e Argentina se destacam com uma taxa em torno de 20%. Um cenário que não deixa dúvidas para a valorização dessa parcela da população.

Pensando nas diferenças

Não investir no atendimento adequado, na criação de produtos e inclusive postos de trabalho, pode ser um erro fatal para empresas e comércio.Um bom exemplo dessa visão otimista de mercado pode ser notado na linha de calçados da loja Perere de São Paulo. A loja foi pioneira no ‘comfort shoes’ no Brasil, uma linha de calçados pensando especialmente na terceira idade – que representa, atualmente, 40% dos clientes da loja.

Segundo Patrícia Guedes, proprietária da loja. o conceito de ‘comfort shoes’ surgiu há 17 anos quando ela sentiu falta de ter aqui no Brasil, marcas de calçados de conforto – conceito já bastante difundido na Europa. Assim, a empresária decidiu inaugurar a primeira loja desse tipo de calçados no País.

A princípio ela trabalhava somente com marcas importadas. Hoje o portfólio se expandiu e devido à procura, a loja começou a trabalhar com calçados de marca própria também.
O consumo desse tipo de calçados é alto. Pelo público feminino ainda é maior, mas os homens também compram, entretanto, com mais moderação e parcimônia”, explica Patrícia sobre sua cartela de clientes.

Turismo

Só no Estado de São Paulo 63% dos idosos viajam, no mínimo, uma vez por ano. O turismo da terceira idade já movimenta R$ 20 milhões por ano no Brasil. Para a maioria das agências de turismo do País este público representa, hoje, em média, 25% das vendas.

A maioria utiliza portais de vendas online, onde oferecem uma grande variedade de destinos e serviços. Os destinos internacionais e os de cunho religioso vem em primeiro lugar. Os nacionais têm como carro chefe as cidades do nordeste brasileiro, seguido do sul do País.
Para Antonio Torino Neto, diretor comercial da agência Vamos Turismo, o período de maior procura deste público é “fora da temporada”, já que nas temporadas, eles se equivalem às férias da grande maioria e portanto, são muito visitados pelos familiares (filhos e netos).

Para Torino este público adora viajar e quer se sentir seguro na hora da compra e serem tratados com dignidade e muita educação. “Eles estão voltando a ser crianças novamente, porém com um poder de escolha bem mais apurado e com as condições de negociação muita aguçada. Oferecer um serviço de qualidade, com excelência e se possível, demonstrar a satisfação dos que já utilizaram, faz toda a diferença”, comenta Torino.

Para o setor de turismo o mercado vem crescendo e quem tiver a sensibilidade para tratar este nicho de consumidores terá um diferencial de receita muito grande nos próximos 10 ou 15 anos.
A grande dificuldade que encontramos hoje é a de sensibilizar as cadeias que são os fornecedores de serviços. Atualmente é difícil encontrarmos tarifas já preparadas para este mercado e quando solicitamos nem sempre elas vêm com a base tarifaria que o governo orienta”, comenta Torino sobre as dificuldades que o setor de turismo brasileiro enfrenta para se equiparar aos mercados internacionais.

Parcela produtiva

Um público que viaja mais, vive mais e com mais qualidade, é também um público produtivo. Foi pensando assim, que algumas empresas tomaram iniciativas para valorizar e ajudar na inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho.
A rede Pizza Hut, da Grande São Paulo, por exemplo, há sete anos criou o “Programa Atividade”, projeto que proporciona emprego e renda para profissionais com mais de 60 anos.

Já passaram pelo programa 200 pessoas e, atualmente 10%, do quadro de funcionários da rede são desse faixa etária. “Fortalecemos a nossa equipe com cidadãos que possuem a experiência dos mais velhos, mas a mesma vontade de superar os desafios dos mais jovens” cita Reynaldo Zani, gerente geral da Pizza Hut SP. Só neste ano a rede abriu mais 50 postos de trabalho para estes profissionais.

Pioneira no Brasil na avaliação do atendimento ao consumidor, por meio do “cliente secreto”, a Shopper Experience é outra empresa que investe nessa tendência.
Para Stella Kochen Susskind presidente do grupo, “o mercado brasileiro ainda trata o consumidor com mais de 60 anos como um consumidor invisível”. Não convencida que empresários e gestores brasileiros estariam atentos a este gargalo, a empresa decidiu criar o projeto “Peritos da terceira idade”.

No projeto a empresa recruta maiores de 60 anos de todo o Brasil dando a eles uma oportunidade de trabalho e, ao mesmo tempo, analisa o atendimento aos clientes em idade avançada. O grupo é formado por profissionais liberais, aposentados e donas de casa, que representam hoje, 3% da base de pesquisadores da empresa. “Trata-se de um levantamento criterioso e amplo, que mostra aos empresários o dano financeiro e social causado por um atendimento equivocado”, explica Stella.

Uma iniciativa valiosa que ajuda o mercado a entender os anseios deste cliente e alerta o empresário na redução de perdas nas vendas, além de antecipar produtos e serviços que podem potencializar seu desempenho no futuro.
Além disso, queremos fomentar o mercado de trabalho para os idosos. Estamos comprometidos em propagar o ‘consumo inclusivo’ – um modelo em constante evolução que acompanha a transformação da sociedade e dos consumidores”, argumenta Stella.

Informação adequada: consumidor fiel e satisfeito

As mídias televisiva e impressa continuam sendo os canais mais utilizados pelo idoso na hora de conhecer seus direitos. Alguns, já arriscam a navegar pela internet para se atualizarem sobre estas informações, mas ainda é uma parcela tímida.

Segundo a advogada Fabíola Meira, falta esclarecimento e atendimento adequado para fidelizar este consumidor. “Os idosos, assim como a população em geral, tem manifestado mais interesse na busca de informações sobre o que está correto ou não no mercado de consumo, na publicidade, nas ofertas, etc. No entanto, os idosos ainda não conseguem exercer este direito plenamente, sendo obrigados a recorrer ao Poder Judiciário ou aos órgãos de proteção e defesa do consumidor. Isso se deve em boa parte, aos muitos fornecedores que não demonstram preocupação em ouvir suas dúvidas, sugestões ou reclamações”, afirma a advogada.

Para ela, a única forma do Código ser respeitado e dos fornecedores terem fidelizados esta classe de consumidor é o cumprimento disposto na legislação no tocante à informação (clara, ostensiva, com letras grandes, em língua portuguesa, que não induzam em erro ou equivoco quanto aos dados essenciais). “Os principais problemas estão na disposição das informações no comércio em geral. As diferenças entre preço à vista e preço parcelado, taxa de juros, diferença de preço nas diversas modalidades de pagamento ou de cartão, são alguns exemplos”.

É imprescindível que os fornecedores estejam atentos a isso. Ignorar um atendimento diferenciado é ledo engano. Muitos idosos apresentam alto poder aquisitivo e, por consequência, poder de consumo.
A vulnerabilidade, natural em razão da idade e das conseqüências desta fase da vida, leva à falta de compreensão de muitos aspectos no momento da compra ou da contratação de serviços.

Assim, se fornecedores e gestores tiverem pleno conhecimento destas deficiências e alterarem a forma de atendimento para este consumidor, ao mesmo tempo em que estarão cumprindo o Código de Defesa do Consumidor e visto com bons olhos pelos órgãos de proteção e defesa e pelo Poder Judiciário, certamente terão clientes satisfeitos, fidelizados e seguros.

Fonte: Escrito por Marcelo Brandão
Revista Consumidor Moderno