quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Como você recompensa seus melhores talentos?




O segredo dos líderes para reter talentos é descobrir a pessoa que existe por trás de cada profissional importante na sua equipe 










Um dos maiores desafios dos líderes de hoje é reter bons talentos. A concorrência por profissionais bem qualificados aumenta na mesma proporção em que estes se tornam mais raros com o sistema educacional vigente no país. Reter bons talentos é uma poderosa arma estratégica que poucos líderes conseguem ser bem sucedidos. Normalmente se dedicam altos orçamentos para recompensas, premiações e bônus, como se dinheiro fosse o principal incentivo para reter verdadeiros talentos. 


Na verdade, os melhores profissionais sabem que podem conseguir dinheiro em qualquer lugar. Se eles decidem ficar e não cair no canto da sereia do concorrente é por um ou mais motivos mais importantes para eles, que pode variar de pessoa para pessoa entre as seguintes opções: relacionamento com a liderança, ambiente agradável, clima de coleguismo e cooperação, trabalhos interessantes e desafiadores, oportunidades de aprendizado e crescimento profissional, reputação e imagem da empresa, liberdade e autonomia. 


O segredo dos líderes para reter talentos é descobrir a pessoa que existe por trás de cada profissional importante na sua equipe. Vou ilustrar com um exemplo. Uma vez eu e minha equipe passamos por uma situação bastante exigente, no qual todos tinham que se engajar para conseguir terminar um trabalho emergencial dentro de um prazo exíguo. Alguns se dedicaram além do que eu podia exigir, dentre os quais, Meirelles, que, com sua experiência de mais de 20 anos na empresa, era imprescindível para evitarmos retrabalho. 


Deixou de lado a família para ajudar na força-tarefa. Foram alguns fins de semana e noites para dar conta do recado. Meirelles era o mais dedicado e foi graças a ele que conseguimos atingir as metas e receber reconhecimento da matriz americana pelos resultados obtidos. Depois que tudo acabou, levei Meirelles e sua família para jantar em um dos mais luxuosos restaurantes de São Paulo na época. Meirelles me contou depois que aquele reconhecimento foi muito importante não só para ele, mas sobretudo para sua família, que sentiu falta do marido e pai, mas entendeu, naquela noite, com os meus elogios regados ao melhor vinho, a importância do trabalho do pai. O valor que gastei naquela noite foi irrisório perto do benefício gerado que, neste caso, foi o orgulho da família pelo bom trabalho do pai e marido. Se usarmos bem o orçamento para recompensar os funcionários com aquilo que é mais importante e valorizado para eles, no caso de Meirelles, a família, você verá que gastará muito menos e aumentará as chances de ganhar a confiança deles. A própria esposa de Meirelles me disse, em outra ocasião, que a concorrência pode oferecer o que quiser para ele que ela jamais o deixará abandonar este emprego. 


Por isso, esteja sempre próximo de seus funcionários mais importantes, conheça-os bem, entenda o que desperta sua motivação pelo trabalho, mostre para eles o significado do que eles fazem, seja transparente e honesto com eles e estabeleça uma relação de confiança mútua e eles o seguirão para onde você for. 


Fonte: Marcos Hashimoto 


Hasta la vista,Baby!!!

sábado, 11 de janeiro de 2014

Que tal um 2014 com novos hábitos?








Quero sugerir algo diferente neste ano. Ao invés de estabelecer objetivos, adote um loop do hábito. Pense no principal fator que o impede de atingir seus objetivos











Janeiro é época de tirar férias, pagar impostos e estabelecer metas profissionais e pessoais: trocar de emprego, ser promovido, começar uma pós-graduação, desenvolver um plano B, frequentar a academia, passar mais tempo com a família, parar de fumar. Não raro, grande parte torna-se recorrente voltando ano após ano para a lista, seja por vício, preguiça, falta de tempo ou mais provavelmente pela manutenção dos mesmos hábitos, tema sobre o qual tratará este artigo, utilizando como base o livro de Charles Duhigg, repórter do New York Times, “O Poder do Hábito”.

Hábitos são importantes em nossas vidas, guiando nosso dia a dia, em especial de segunda à sexta-feira. Escovar os dentes, tomar banho e café da manhã, pegar o ônibus, metrô ou tirar o carro da garagem, levar os filhos à escola, escutar as noticias no rádio, ver as novidades no Facebook, ligar o computador, ler os e-mails, almoçar com os colegas do departamento, voltar para casa, jantar, assistir à novela das nove, dormir. Quem já perdeu o emprego após anos de labuta sabe o quão difícil é o horário comercial sem a força do hábito.

Os responsáveis por sua formação são os gânglios basais, localizados no meio de nosso cérebro. Um experimento foi realizado prendendo um rato em um corredor estreito com duas saídas, colocando-se um pedaço de chocolate no lado esquerdo. Uma portinhola era aberta gerando um clique alto, logo após o rato farejava os cantos do labirinto até a bifurcação, virara a direta ou a esquerda e então comia o chocolate. Como era esperado, o rato aprendeu o caminho através das repetições. Comparou-se então a atividade dos gânglios, a qual diminuía de intensidade à medida que a sequência de ações (clique - farejar - virar a esquerda - comer o chocolate), tornava-se um hábito.

Troquemos ratos por macacos em uma nova experiência. Um macaco foi colocado sentado em uma cadeira em frente a um monitor. Havia também uma pequena mangueira em sua boca interligada a um recipiente com suco de amora. Sua tarefa era puxar uma alavanca toda vez que traços coloridos aparecessem no monitor. Como recompensa, uma gota de suco era despejada em sua boca. Inicialmente receoso, o primata entendeu a sequência (traços - alavanca - suco de amora), concentrando-se na atividade mesmo que outras fontes de distração fossem colocadas ao seu redor.

Os pesquisadores denominaram como agrupamento o processo de conversão destas ações em uma rotina automática. Voltemos à nossa lista. Escovar os dentes e ligar o computador são agrupamentos simples, o que não se pode dizer do agrupamento complexo tirar o carro da garagem de ré, escutar música e brigar com o filho no banco traseiro. Tente pedir a um motorista recém habilitado que realize as tarefas simultaneamente. Em suma, os hábitos surgem devido à capacidade do cérebro em poupar esforço. Imagine o quão difícil seria caso tivéssemos que tomar decisões para colocar a pasta na escova ou decidir quantas colheres de açúcar no café.

Outra descoberta interessante foi o loop do hábito, processo que estabelece uma sequência: deixa - rotina - recompensa, importante na formação dos hábitos. Chocolate e suco de amora eram as recompensas, traços coloridos e clique alto as deixas, seguir o corredor, virar a esquerda e puxar a alavanca as rotinas.

Utilizemos a teoria apresentada às metas do primeiro parágrafo. Todo fumante é ciente das recompensas em deixar o cigarro, entretanto muitos não conseguem largar o vício. Em grande parte isto decorre da manutenção dos hábitos: cafezinho no escritório, cerveja com os amigos e churrasco aos finais de semana, antigas deixas para que a rotina “acender um cigarro” apareça. O mesmo pode ser aplicado às pessoas que desejam perder peso. Ter os mesmos alimentos na geladeira, ir aos mesmos restaurantes e andar com a mesma turma de glutões gerarão deixas que criarão rotinas, calorias em excesso, tornando a recompensa, ainda mais difícil se ser atingida.

Quero sugerir algo diferente neste ano. Ao invés de estabelecer objetivos, adote um loop do hábito. Pense no principal fator que o impede de atingir seus objetivos. Em meu caso, a falta de tempo era a principal vilã. Estabeleça uma grande recompensa. Sair do escritório meia hora antes do término do expediente foi a minha. Em seguida mude e crie rotinas, abandonando deixas que podem comprometê-la. Chegar mais cedo ao escritório, almoçar mais rápido, desconectar o Facebook, respeitar os horários das reuniões, gerenciar minha agenda e estabelecer objetivos de médio e longo prazo sustentaram meu loop do Hábito.

Com a recompensa: mais tempo disponível, pude realizar vários objetivos da minha lista de ano-novo: passar mais tempo com a família, terminar um mestrado, começar a dar aulas, ler os livros empoeirados da estante, fazer exercícios e passear com o cachorro. Grandes prazeres e conquistas, possíveis através do poder da mudança de hábitos. Tente, não custa! Para mim funcionou.

Fonte: Marcos Morita, Administradores

Hasta la vista, Baby!!!!