Pense em uma maneira de recrutar funcionários que seja barata, prática e que motive os profissionais da empresa. Se você pensou em fazer um recrutamento interno, acertou em cheio. A prática de ocupar vagas em aberto com os próprios colaboradores internos é comum em muitas empresas, já que representa uma boa oportunidade de economizar e motivar os funcionários.
Márcia Machado de Campos, da consultoria Machado de Campos, explica que há duas formas de fazer o recrutamento: iniciar internamente, e caso não encontre a pessoa, buscar no mercado. A outra opção é fazer os dois processos ao mesmo tempo. O recrutamento interno apresenta uma série de vantagens, tanto para a empresa quanto para o funcionário, como lista Márcia:
- a empresa economiza porque os custos são menores
- é uma maneira de reter talentos na empresa
- os funcionários são estimulados e valorizam a empresa
A consultora afirma que, normalmente, as vagas são anunciadas no jornal interno, nos quadros de aviso e na Intranet. "Mas a maioria das pessoas acaba sabendo por outro funcionário, neste caso o boca-a-boca é uma das formas mais eficientes", explica Márcia.
Na Volkswagen, todas as posições em aberto são reveladas primeiro para o público interno. O analista de marketing e qualificação corporativa da empresa, Marcos Quege, afirma que só recorre às pessoas de fora quando não há mais jeito mesmo: "Quando não conseguimos cobrir a vaga com alguém da Volks, primeiro recorremos à base de currículos que temos na Web, em nosso site. Depois, apelamos para o networking e, se mesmo assim a vaga não conseguir ser preenchida, aí sim vou tentar um candidato com a consultoria". O profissional afirma que as vagas com mais demanda no RI são para engenheiros e analistas, e em 2001 foram abertas cerca de 120 vagas para o público interno.
No caso dos executivos, as vagas não são abertas internamente, e como são funções estratégicas, muitas vezes Marcos procura a pessoa adequada na concorrência ou junto aos seus conhecidos. "Se tivesse que listar uma desvantagem para o RI, sem dúvida seria o fato de que recrutando internamente você deixa de agregar novos talentos, mas isso também é relativo porque ao mesmo tempo posso manter profissionais competentes na empresa", explica Marcos.
Como na Volkswagen, no Citibank as vagas para executivos também não são abertas para o público interno. A empresa possui o POB - Programa de Oportunidades no Banco - que visa oferecer o maior número de oportunidades possível para os funcionários. De acordo com Fernanda Pacheco, diretora de Recrutamento e Seleção e Comunicação Interna, "quando a vaga é sênior, muito téncica ou mesmo confidencial, nós recorremos à uma consultoria". A diretora afirma que, normalmente, são divulgadas cerca de 20 a 30 vagas por mês, sendo que 25% são preenchidas pelos funcionários, em todos os níveis, de estagiários a gerentes.
Mas o processo não é tão fácil quanto parece. O profissional precisa ter pelo menos um ano de experiência na mesma função, e ser aprovado nos três meses de experiência na nova vaga. Ele ainda tem que ter uma avaliação excelente ou boa de seu chefe direto e vai passar por um processo de seleção. "Sem dúvida essa forma de recrutar é uma das melhores ferramentas de desenvolvimento de pessoas", conclui Fernanda.
Fonte: por Camila Micheletti