quinta-feira, 1 de julho de 2010

Precisa-se de um Chefe

No meu livro “Administrar, Hoje” (Editora Harbra, 1988 – 9ª Edição) escrevi um capítulo chamado “Precisa-se de um Chefe” em que eu digo que “Chefes fracos, moles, com baixo teor de exigência com relação a seus subordinados estão desmotivando os empregados.” E tenho continuado a notar este sério problema na empresa brasileira. Os chefes atualmente estão tímidos no exercício inalienável de sua função de chefiar, comandar, coordenar, liderar. Vêem o erro e fingem não tê-lo visto. Constatam a desídia e cegam a própria consciência.



Esse relaxamento no cumprimento das funções de chefiar está levando a uma profunda desmotivação entre os empregados. Não são poucos aqueles que vendo a completa ausência de reforço positivo pelo trabalho bem feito e a não-punição da negligência, desinteressam-se pelo auto-aperfeiçoamento e auto-exigência e disciplina. O ser humano precisa de desafios constantes que o levem a superar-se constantemente e precisa de modelos nos quais possa se espelhar. Os mais próximos modelos são os pais, professores e chefes. Na ausência de líderes, o homem se torna fraco, abúlico. Sem desafios, o homem se transforma num alcoólatra do ócio. É preciso reeditar aqueles chefes que eram respeitados, queridos, verdadeiros mestres, enfim, verdadeiros chefes.



O conceito de “chefe” hoje está mudando para o conceito de “coach” que em português significa “treinador” – “Coach” é o nome que os ingleses dão aos técnicos de um time. O “coach” é aquele que acompanha, que insiste em alta performance, que acompanha o time, que conhece cada um dos “jogadores” e trabalha individualmente com cada um ao mesmo tempo que faz com que todos tenham consciência de equipe. Num time, cada um dos indivíduos com as suas características individuais e aptidões é fundamental. Porém, se cada um jogar sozinho, o time não vencerá. Assim, uma das grandes tarefas do chefe-coach é fazer a necessária integração entre o individual e o coletivo. O coletivo na empresa é o seu mercado, seus clientes, seus objetivos. Para marcar o “gol” tanto é necessária a competência individual quanto a habilidade coletiva.



A mesma analogia se faz hoje com uma orquestra. Cada músico tem que ser o melhor individualmente, mas deve seguir a orientação clara e segura de um maestro que é o “chefe” e que orienta cada talento, conseguindo a necessária “harmonia” que fará da orquestra um sucesso. Conseguir essa interdependência é o fundamento da chefia de hoje.



Gostaria que você fizesse, como chefe, um exame de consciência e se perguntasse:
(a) Deixo claro aos meus subordinados o que espero deles?
(b) Sou firme e decidido e exijo o máximo de meu pessoal?
(c) Quando vejo algo fora dos padrões de excelência, imediatamente chamo os responsáveis e, com eles, revemos se todos entenderam os objetivos e tarefas e os da empresa?
(d) Tenho sempre a intenção de ser “justo” ao invés de ser “bonzinho”?



Pense nestas perguntas. Leve seu pessoal que tem subordinados a também pensar nelas. O que precisamos é de verdadeiros chefes e líderes que possam levar as pessoas a vencerem seus próprios desafios e limites sem esquecerem o coletivo, a harmonia, o “passar a bola” para que o outro marque o tão esperado gol e todo o time saia vencedor.
 
Fonte: Prof. Marins
 
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