Há diversas maneiras de ser reconhecido pelo empenho e pelos resultados alcançados como profissional: receber uma premiação extra, ser parabenizado, conseguir uma posição de maior destaque, por exemplo. Mas um item que não pode faltar para qualquer profissional é a sua remuneração financeira. Afinal de contas, é algo mais concreto, e que permite fazer planejamentos, pagar contas, realizar alguns sonhos e atingir objetivos financeiros. No entanto, segundo estatísticas do Grupo Catho, no setor executivo, o salário não é o item mais importante para a medição do índice de satisfação dos colaboradores. Dois outros fatores seguem a frente:
perspectiva de progresso na empresa nos próximos três anos (26,04%) e clima organizacional (20,74%). A remuneração corresponde a 12,88% da preferência.
Para você, o que é mais importante?
Recompensas financeiras
Na relação de intercâmbio entre as pessoas e a organização, o profissional pode obter em troca do seu trabalho compensações financeiras diretas e indiretas.
As diretas consistem no pagamento que cada profissional recebe na forma de salário, bônus, prêmios e comissões. São as compensações percebidas como contraprestação do serviço.
As indiretas decorrem de cláusulas da convenção coletiva do trabalho e do plano de benefícios e serviços sociais oferecidos pela organização. Incluem férias, gratificações, gorjetas, adicionais (de periculosidade, de insalubridade, adicional noturno, etc.), participação nos resultados, horas extras, bem como os benefícios sociais oferecidos (como vale refeição, vale transporte, previdência social, plano de saúde, etc.)
Recompensas não financeiras
As recompensas vão além das financeiras e podem ser relativas à atividade profissional como variedade, senso de identidade, importância, significado e autonomia. Existem também as que são referentes ao ambiente de trabalho, como as políticas de RH, reconhecimento, orgulho, qualidade de vida no trabalho, área de lazer, segurança no emprego, flexibilidade, rodízio nos cargos, oportunidades de desenvolvimento. Ou seja, tudo aquilo que é intangível e realmente importante para o indivíduo.
Realidade versus oportunidades
A compensação financeira é provavelmente a principal razão pela qual as pessoas buscam um emprego. Porém, o trabalho pode ser mais do que um elemento que proporcione satisfação para as necessidades das pessoas. Como somos gregários, pode ser uma oportunidade de pertencer a um grupo, ser reconhecido e, principalmente, buscar a auto-realização.
Para um colaborador identificar se o que ele recebe pelo seu trabalho é justo, deve analisar o seu momento de vida e a sua visão de futuro versus as compensações financeiras e não financeiras.
Prestar serviços para alguém nada mais é do que uma forma de “vender” o seu conhecimento, esforço e habilidades para um cliente que pode ser a empresa em que você trabalha, por exemplo. Por isso, antes de negociar uma remuneração mais elevada, leve em conta as compensações não financeiras também.
Faça uma auto-análise considerando as perguntas abaixo:
• Como? O que? E quanto agrego de valor aos meus clientes?
• Como? O que? E quanto mereço ser recompensado por isso?
• Como? Com o que? E quanto o meu cliente está disposto a pagar por isso?
Não existe uma resposta certa para isso. Desafio você a fazer uma análise qualitativa da sua realidade hoje com esses questionamentos. No entanto, fique alerta para não negociar apenas compensações financeiras com o foco no curto prazo. Leve em conta os aspectos intangíveis com o foco no médio e longo prazo.
Lamentar o pagamento recebido não agrega qualquer tipo de valor à carreira de um profissional, pelo contrário, torna-se um empecilho para o desenvolvimento de atividades, colocando você na posição de vítima, gerando desmotivação e desagregação de valor. Em certas situações, como de crises financeiras, é mais conveniente aguardar a estabilização do mercado. Antes de pensar em um aumento no ordenado, agregue valor para se posicionar na carreira e buscar compensações não financeiras. Essas também têm muita importância e podem funcionar como alavanca profissional.
As melhores recompensas não aparecem do dia para noite, mas aparecerão ao longo do tempo, desde que se tenha planejamento e tempo estratégico para refletir sobre as compensações obtidas.
Carlos Cruz atua como Coach Executivo e de Equipes,
Conferencista em Desenvolvimento Humano
e Diretor da UP TREINAMENTOS & CONSULTORIA.
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