terça-feira, 14 de junho de 2011

Hotelaria: Liderança Natural ou a Cultura do Cartão de Visita?


A Hotelaria, entenda-se hotel, é por natureza uma área de gestão muito sui generis, no sentido onde, analisando a frio, o trabalho desenvolvido é de pessoas para pessoas, na tentativa de superar expectativas, criar emoções, marcar momentos e fidelizar utilizadores. Tudo isto através de uma necessidade básica…o dormir.
A crise económica actual veio acentuar velhas questões relacionadas com a Liderança e a Gestão de Equipas. As organizações, sejam empresas de caráter lucrativo ou de outro âmbito jurídico, vivem de pessoas, equipas e capital intelectual. Portugal especificamente, vive de capital intelectual, dado a elevada quantidade de empresas do sector terciário. Nessa realidade encontramos a industria hoteleira e mais especificamente os hotéis.
Analisando a frio, novamente, é a necessidade de dormir que leva os consumidores a utilizarem um hotel, a comprarem uma estada (estada significa: paragem ou demora em algum lugar; lugar que alguém ocupa para dormir, onde tem a cama), no entanto a gestão hoteleira moderna desvirtuou este conceito, atribuindo à estada um conceito de experiência ou emoção.
Se avaliarmos experiência no seu sentido primário, a experiência está ligada às sensações e à percepção.

Ora, estada + experiência é o nickname da Hotelaria Contemporânea.
Se esta conjugação revela a evolução positiva dos últimos 30 anos do conceito de hotel, em contra-ciclo a gestão e valorização dos Recursos Humanos tem vindo a ser diminuída e o conceito de serviço desvalorizado. A acrescentar a este facto a pressão dos custos e a redução das margens de contribuição, acompanhado de um aumento constante da oferta, e um crescimento fraco ou lento da procura coloca o binómio estada+experiência numa posição desconfortável, levando à erosão dos preços e a uma “estranha mixtura” de segmentos de hotéis.

Depois deste preambulo inicial, centra-mo-nos no tema deste post. A Liderança ou a cultura do Cartão de Visita.
Tem-se assistido na história recente a uma alteração substancial dos valores sociais e humanos. A postura pessoal tem tido uma evolução negativa, um realçar da concorrência desleal, da liderança pelo poder, da vivência pelo estatuto-validado-pelo-sentido-material-da-posse e do cartão-de-visita-com-uma-posição-de-organograma-elevada, no entanto despido de meritocracia mas carregado de incompetência e arrogância. Os interesses pessoais sobrepostos aos interesses das organizações, têm colocado o tecido empresarial, de média e pequena dimensão em elevado risco de colapso.
A liderança e o sucesso das organizações contemporâneas deve ser desprovida de status, mas impregnada de valores, reconhecimento, respeito e motivação do capital intelectual, que deve ser reconhecido e valorizado através da aceitação pelo mercado do serviço prestado.
Um líder dever ser natural e carismático e conquistar seguidores através do EXEMPLO, sendo por si só uma fonte de inspiração. Um líder poderoso lidera pela cultura do medo, dando azo à negligência e desmotivação dos seus colaboradores.
Fonte: Henrique Henriques

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