quarta-feira, 23 de março de 2011

Dez atitudes domésticas – ecologicamente corretas

Substituir sacolas de plástico

A sacola de plástico é a atual vilã do ambientalismo. Sua substituição pelas de papel é a primeira – e muitas vezes a única – atitude sustentável que pessoas e empresas estão dispostas a adotar. Em decorrência disso, o consumo de embalagens 

de papel no Brasil aumentou 30% desde o ano passado. O plástico das sacolas demora quatro séculos para se decompor na natureza, usa petróleo como matéria-prima e, se jogado em rios e mares, provoca a morte de animais que engolem o resíduo. Só que as vantagens da troca pelas sacolas de papel não são tão evidentes. A produção do papel emite 70% mais poluentes atmosféricos que a de plástico. A reciclagem do papel consome 98% mais energia que a do plástico. A solução talvez não seja a troca, mas um descarte mais eficiente das embalagens plásticas.


Fazer xixi no banho
A campanha lançada pela SOS Mata Atlântica baseia-se numa conta simples: cada descarga utiliza 12 litros de água tratada. Como um adulto saudável urina, em média, quatro vezes ao dia, são 17.520 litros de água por ano. O objetivo do xixi no banho é aproveitar a água que já está sendo usada e poupar uma descarga por dia. Evidentemente, há modos mais eficientes de economizar água. Adotar bacias sanitárias com caixa acoplada que gaste só 6 litros por descarga, por exemplo. De qualquer forma, toda iniciativa para economizar água tratada é bem-vinda.
Reciclar o lixo

Papel, vidro e plástico são recicláveis, com vantagens óbvias para a natureza. Economizam-se matéria prima e energia. Evita-se o acúmulo de detritos em aterros e lixões. O problema é como fazer isso. Raras cidades brasileiras têm coleta seletiva de lixo. Em São Paulo, por exemplo, esse tipo de serviços só atende a 20% das residências. Em muitos lugares, o melhor a fazer é encaminhar o material reciclável para instituições ou cooperativas de recicladores.

Abolir a carne da dieta
A rigor, não há motivo para colocar no mesmo prato a abstenção do consumo de carne (que é uma postura filosófica) e a adoção de hábitos sustentáveis – mas existe certa confusão popular entre as duas. É verdade que a pecuária responde por 17% das emissões de gases do efeito estufa e ocupar terras que teoricamente poderiam ser florestas – mas o mesmo se poderia dizer da agricultura. Ambos, a carne e os vegetais, são recursos renováveis domesticados pelo homem e fazem bem à saúde. “Alimentar-se só de vegetais pode causar doenças, como a anemia.” – diz Solange Saavedra, do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo.


Desligar o equipamento eletrônico da tomada
Estima-se que, em média, 15% da conta de eletricidade de uma residência se deva ao consumo de aparelhos em stand-by. Aí está uma providência simples que resulta em economia de energia (em outras palavras, reduz o uso de recursos naturais e a emissão de gases do efeito estufa) e alivia o peso da conta de luz. Um uso sustentável da eletricidade pode incluir equipamentos de consumo eficiente, substituição das lâmpadas incandescentes por modelos econômicos e a administração cuidadosa do período em que o ar-condicionado permanece ligado.


Deixar de imprimir documentos
Economizar papel tem três objetivos. Primeiro, diminui a produção de lixo. Segundo, evita a derrubada de árvores. Terceiro, reduz o consumo de água. Doze árvores são derrubadas para cada tonelada de papel virgem. São necessários 540 litros de água para fazer um quilo de papel. O Instituto Akatu, que promove o consumo consciente, calcula que uma empresa com 100 funcionários que use 50 mil folhas de papel por mês consome indiretamente 128 mil litros de água. “Só que ninguém tem de abolir de vez o papel, um item essencial para o homem”, diz Camila Melo, do Akatu. “O certo é usá-lo somente quando for necessário”.
Desligar o chuveiro enquanto se ensaboa
A quantidade depende da vazão de cada chuveiro, mas uma boa ducha pode gastar 30 litros de água por minuto. Basta multiplicar para ver como simples economizar água e dinheiro. Na região metropolitana de São Paulo, o metro cúbico de água tratada custa 6,10 reais. Parece barato? Um banho diário de 10 minutos custa 350 reais em um ano. Um dinheiro que vai literalmente pelo ralo.


Fazer compostagem

O processo para converter resíduos orgânicos, como alimentos e grama, em adubo é trabalhoso e demorado. Leva dois meses para estar completo. Em compensação, reduz o volume do lixo doméstico em 60%. O adubo pode ser aproveitado no jardim, na horta ou no sítio. Devido à complexidade da produção e do uso, a compostagem é restrita a uma minoria de residências, o que reduz seu impacto positivo no ambiente. 


Trocar o carro a gasolina por um elétrico
O carro elétrico não polui o ar e não utiliza combustíveis fósseis (exceto por tabela nos países cuja matriz energética é formada por carvão, petróleo ou gás natural). Bastante eficaz, aproveita 90% da energia gerada, diante de 17,5% do motor de combustão interna. De qualquer forma, a troca é uma decisão a ser tomada no futuro, visto que ainda não há produção em massa de carros elétricos no Brasil.


Parar de jogar óleo na pia
O óleo que é jogado na rede de esgotos ajuda a formar uma massa compacta de detritos que entope as tubulações e contribui para inundações. Quando contamina os reservatórios, o óleo torna mais caro e trabalhoso o tratamento da água para uso nos domicílios. Uma boa prática é recolher o óleo usado e encaminhá-lo a uma instituição ou empresa que cuide de sua reciclagem (o material pode virar biocombustível ou sabão).
Fonte dos textos: Revista Veja Especial Sustentabilidade Dezembro 2010 – “Um novo jeito de viver”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quer comentar o texto? Fique à vontade!!!!