sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

330 reais por um corte de cabelo e tem fila de espera de 1 mês.


O cabeleireiro Rudi Werner – que iniciou seu império no Rio de Janeiro – ensina como construir uma trajetória recheada de vitórias no ramo da beleza.


Filho de agricultores, o gaúcho Rudi – que tem mais nove irmãos – usou sua habilidade com as mãos para cultivar a beleza. Aos 21 anos, fez seu primeiro curso de cabeleireiro, no Senac de Porto Alegre. Trinta anos depois, ele, que cobra R$ 330 pelo corte em sua Maison em Ipanema, no Rio, e tem clientes esperando um mês para serem atendidas, mantém o mesmo entusiasmo, visão empreendedora, ousadia e amor à profissão que o levaram a abrir o primeiro salão, já aos 22 anos, na cidade gaúcha de Canoas. Com 51 anos, garante que chegará ao ápice aos 60. Hoje, a marca Werner se transformou na maior empresa de salões de beleza do Rio de Janeiro e a segunda do Brasil, com mais de 40 franqueados no país e até em Angola, na África. Uma carreira que deve inspirar muitos profissionais. Para eles, Rudi lançou o livro Beleza – Um Bom Negócio (Editora Senac), com preciosas dicas. “Muito mais que indicações, setas e mapas, procuro compartilhar experiências, acertos, enganos, tropeços e vitórias; revelar ingredientes que podem fazer parte da receita de sucesso”, explica. Werner chegou ao Rio em 1991, de passagem para os Estados Unidos. Vítima de um assalto, viu suas economias provenientes da venda do salão de Canoas desaparecerem da noite para o dia. Só lhe restaram o carro e cerca de mil dólares, que foram investidos na compra parcelada de um pequeno salão em Ipanema, no número 595 da movimentada rua Visconde de Pirajá. A ida dos irmãos do Sul para a Cidade Maravilhosa ajudou Rudi a expandir os negócios. Após ter uma rede de quatros salões, em 1994 surgiu a chance de transformar a marca em franquia. Um império que não para de crescer. Confira aqui oito dicas para ser bem sucedido na área.


1 Planejar seu negócio


Muitas variáveis devem ser levadas em conta. Por exemplo: qual quantidade de xampu é necessária para uma semana? Quanto se gasta com água em um mês? É preciso se informar, perguntar, ter valores concretos para pôr na ponta do lápis e saber a quantidade de “combustível” requerida para iniciar a viagem – esperando que ela seja longa e leve a um lugar melhor e mais próspero. Depois que definir quantos profissionais vai empregar, é hora de buscá-los no mercado.


2 Encontrar um ponto comercial


De saída, sugiro gastar o mínimo possível na abertura do salão. Quando você tiver em mente o tipo de negócio que quer abrir, parta para encontrar o local ideal. De preferência, estude a área e seus concorrentes, mas preste atenção: muitas vezes você faz mudanças no estabelecimento e esquece de reformar a si mesmo e a sua equipe.


3 Identificar seu público-alvo


Para reconhecê-lo, você deve perguntar-se: quem é o cliente que pretendo atingir? Qual sua classe social? Que tipo de serviço ele costuma buscar? Na dúvida, dou uma dica: esse consumidor tem que ser parecido com você. Por quê? É mais fácil trabalhar com quem a gente conhece bem. É possível investir em um negócio rentável, tendo como foco qualquer classe social, das mais humildes às mais abastadas. Casas de varejo de eletrodomésticos lucram muito com as classes C e D, pois sabem como atrair e agradar esse tipo de consumidor.


4 Calcular quanto pode gastar


O custo aproximado do metro quadrado de um salão montado voltado às classes C e D gira em torno de R$ 800, com as variações da região onde se localiza. O espaço deve ter entre 50 e 60 m² para começar. Já para atender às classes B e C, a base de cálculo é de aproximadamente R$1.500 o metro quadrado, em uma área entre 120 e 250 m², podendo envolver uma média de 30 a 50 funcionários. A base de cálculo para uma área acima de 250 m², voltada às classes A e B, pode ficar em torno de R$ 3.000 o metro quadrado montado,
devido ao nível de exigência necessário nos materiais, acabamento, decoração e equipamentos mais sofisticados.


5 Montar sua equipe


Para escolher bem o profissional ou orientar a empresa de RH que poderá eventualmente fazer isso, visualize seu salão funcionando. Imagine-se como um cliente que entra e vai passando por todos os setores: é recebido na recepção, levado a uma das cadeiras; é abordado pelo cabeleireiro, que lhe pergunta como deseja o corte; passa à lavagem, novamente à cadeira. Em geral, o funcionário tem que combinar com o estabelecimento e, sobretudo, com os donos. Aspectos básicos: cuidado com a apresentação, limpeza, inteligência e ética.


6 Desenvolver um método de trabalho


A partir de viagens que fiz ao exterior, percebi a necessidade de elaborar regras. Eu via como as grandes redes de salões funcionavam lá fora e procurava fazer o mesmo. Nas franquias Werner Coiffeur resolvemos adaptar, criando nossos próprios cortes e batizando-os de W1, W2, W3 e assim por diante. Contudo, mesmo utilizando os cortes da coleção, um profissional pode fazer sugestões e usar o seu conhecimento estético, técnico e prático para adaptar o look ao cliente. Ele domina a execução de mais de 90 cortes, de forma que pode combiná-los para criar novos estilos, de acordo com o rosto e o jeito de ser da mulher.


7 Elaborar promoções para atrair clientes


Uma sugestão é fechar parcerias com seus fornecedores, possibilitando ações direcionadas exclusivas para o seu salão e dando um diferencial para seus clientes. Assim eles se sentem prestigiados e participam cada vez mais do dia a dia com feedback e serviços.


8 Identificar o momento de crescer


A empresa pode ser horizontal e se expandir em um sistema de rede ou franquias, ou vertical – um único empreendimento que cresce no local onde está. A expansão deve ser bem pensada. É importante manter o ponto inicial e, se possível, ir alugando as lojas ao lado, em cima ou embaixo do salão já estabelecido, pois mudar de ponto é sempre um risco.

Fonte: Revista Cabelos & Cia

 

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