quarta-feira, 15 de julho de 2009

A preterida exemplar

O que todo profissional pode aprender com a atuação de Karina Ribeiro, a segunda colocada do reality show Aprendiz 6
Foi por um triz, literalmente, que Karina Ribeiro, de 25 anos, deixou de ser a vencedora da sexta edição do programa Aprendiz, da Rede Record, no dia 28 de maio. Com um desempenho impressionante, Karina se revelou uma grande líder. Ela demonstrou tanta capacidade de persuasão e organização de ideias que surpreendeu as quase 2 000 pessoas que lotaram o auditório do Memorial da América Latina, em São Paulo, de onde a final do programa foi transmitida, ao vivo. Os erros e os acertos dessa jovem estudante de jornalismo, no entanto, servem de lição para profissionais de todas as áreas e idades que queiram ser tão surpreendentes quanto ela.
LIDERANÇA EFICIENTEA Karina é muito melhor quanto mais coletiva ela for. Ela é líder de equipe.” Foi assim que Walter Longo, vice-presidente de estratégia e inovação do Grupo Newcomm, resumiu as qualidades de Karina quando aconselhou Roberto Justus a contratá-la. A defesa foi aplaudida pela plateia, que havia assistido pelo telão à atuação da estudante no último desafio proposto pelo programa — o de organizar, promover e divulgar um rali universitário. Para começar, Karina soube compor e engajar a equipe que iria ajudá-la. Durante a execução do trabalho, ela motivou o time, delegou as tarefas e manteve a harmonia do grupo. E fez mais. Surpreendeu ao envolver as pessoas da concessionária em que o evento foi realizado e até o pessoal da gráfica que imprimiu, com atraso, o material promocional. No dia do evento, faltavam poucos minutos para as 6 da manhã e estavam todos trabalhando, animados, na organização. O resultado foi que a equipe de Karina venceu o último desafio em todos os quesitos avaliados. A maior lição de liderança, no entanto, ela deu ao vivo, ao responder a uma pergunta da adversária e vencedora do reality show. Marina Erthal, de 20 anos, estudante de publicidade e propaganda, questionou se, naquele momento, a finalista continuava atribuindo o mérito de todas as vitórias à equipe. “Eu posso ter contribuído, mas a vitória é do grupo”, disse, sem vacilar. Aos 25 anos, a estudante demonstrou uma maturidade que muita gente mais experiente não tem. Aplausos para ela de todos os cantos do auditório.
SUCESSO DE PÚBLICO A capacidade de Karina falar com pertinência, mesmo com os nervos à flor da pele, é outra característica que merece destaque. Ela desconsertou a adversária Marina quando perguntou se ela sabia lidar com a derrota. Minutos antes, quando a vitória de Karina na última tarefa foi anunciada, Marina afirmou que não concordava com o resultado anunciado por Justus. Karina soube marcar posição. “Marina, saber lidar com a derrota é uma coisa complicada, que eu não observei em você”, disse. “Quando a gente perdia, você não queria amadurecer com o erro.” Mais uma lição: ao perder, o melhor é usar a derrota como experiência e tentar crescer com ela. O auditório aplaudiu novamente.
RAZÃO E EMOÇÃO O grande erro da estudante Karina talvez tenha sido o de levar longe demais a necessidade de ser persuasiva quando Roberto Justus pediu que ela o convencesse a contratar a rival Marina. Por pouco ela não se recusou. “Agora, você pegou pesado”, disse, rindo, nervosa. Possivelmente tenha sido essa dose a mais de racionalidade a responsável por sua derrota. O apresentador queria apenas que uma das candidatas dissesse que não consegue vender aquilo que não compra. Mas nenhuma das duas o fez. Nenhuma delas se recusou a ressaltar as qualidades da concorrente. Visivelmente, no entanto, foi Karina a candidata mais constrangida na defesa da adversária. Se essa era a pergunta decisiva, foi Karina que chegou mais perto da vitória. Não bastou, mas valeu o aprendizado. Em alguns momentos, precisamos seguir o lado emocional e dizer “não” a um pedido que vai contra aquilo em que acreditamos. Parece bobagem? Foi essa bobagem que tirou das mãos de Karina o prêmio de 1 milhão de reais mais um estágio com salário de 10 000 reais por mês por, pelo menos, um ano na Y&R, agência de propaganda do Grupo Newcomm .
RAZÃO E EMOÇÃO — PARTE 2 Quando Roberto Justus anunciou a contratação de Marina Erthal, muita gente se levantou e deixou o auditório — ou por pressa, ou por decepção. Não vamos, aqui, criar polêmica sobre a escolha de Roberto Justus, nem discutir se a decisão foi “justa” ou não. A vencedora tem muitas qualidades, todas bem ressaltadas pelo fato de ela ter vencido o programa. O que fica de mais relevante, no entanto, é a constatação de que uma escolha, seja de quem for, sempre tem sua dose de emoção. É provável que Justus não tenha sido 100% racional em seu julgamento. Também não teria sido se, ao contrário, contratasse Karina. Conscientemente ou não, ele seguiu a cartilha do líder corporativo e ficou com aquela candidata que apresentou um perfil mais semelhante ao seu. Ou seja, saiba que, se você não for o candidato mais parecido com o chefe, uma hora ou outra pode acabar se sentindo um pouco Karina na vida, por mais competência que tenha. Ainda assim, vale ressaltar que, quando você dá o seu melhor e alcança resultados impressionantes, o seu esforço aparece, de alguma forma. A Vivo recrutou Karina para um estágio. Alguém duvida de que a operadora tenha contratado uma estagiária brilhante?
Fonte:Revista Você S.A
Hasta la vista, Baby!!!

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