quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Conflito entre pais separados causa patologia nas crianças

A Síndrome da Alienação Parental (SAP) é mais comum do que se imagina e surge quando pai ou mãe manipulam os filhos (Fabíola Cunha) - Com a emancipação feminina surgida e consolidada nas últimas quatro décadas, a instituição do casamento tornou-se muito menos sagrada do que gostariam alguns. Assim como as mulheres escolhem quando e quantos filhos querem ter, o homem e a mulher têm força e independência iguais para escolher quando casar - e pedir o divórcio. Tal independência tornou os divórcios mais comuns e ampliou a quantidade de filhos-de-pais-separados na sociedade. Ao lado de todos os benefícios que uma separação pode trazer - fim das brigas e do consequente sofrimento familiar - há o notável crescimento de casos classificados como Síndrome da Alienação Parental (SAP), processo em que um dos genitores (geralmente o que detém a guarda da criança) programa o filho para que ele odeie o outro genitor sem justificativa. Segundo a psicóloga clínica Cristiane Sargaço Teixeira Brunelli, "o genitor guardião é aquele com quem a criança mantém um vínculo de dependência afetiva e estabelece um pacto de lealdade inconsciente". Ela explica que pais que colocam os filhos um contra o outro não é um fenômeno novo, mas atualmente é identificado com maior frequência e tem outro nome associado a ele: "Implantação de Falsas Memórias"."Infelizmente a utilização de métodos inescrupulosos durante a separação é mais comum do que se imagina. Inicia-se uma campanha desmoralizante e caluniosa do ex-parceiro, manipulando-se os filhos para que passem a acreditar nas mentiras engendradas", analisa Cristiane. Na SAP, a insatisfação com o ex-marido ou ex-esposa pode se manifestar com pequenos comentários negativos, evoluindo para a criação de falsas memórias, em que o detentor da guarda da criança implanta lembranças de violência física, psicológica e até sexual, para jogá-la contra pai/mãe. Segundo Cristiane, há de se destacar ainda "as chantagens emocionais em que os filhos têm que escolher entre pai e mãe, no mínimo um absurdo, pois o que acabou com a relação conjugal não é a relação enquanto pais - essa é para sempre". A psicóloga destaca que é preciso tratar a SAP como uma patologia clínica, onde todos são de alguma forma prejudicados. O primeiro psiquiatra a utilizar o termo foi o norte-americano Richard Gardner, enfatizando que, quando a SAP se manifesta, a criança também contribui para desmoralizar o pai ou a mãe alienados: "Não ganhador ou perdedor nessa batalha. Só se perde". As consequências para essa criança são catastróficas: há incidência de depressão crônica, dificuldade de adaptação, transtornos de identidade, caráter e imagem, culpa e desorientação, isolamento, fuga, dupla personalidade e distorção de valores, confusão e impulsos suicidas. E, apesar de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontar que em 91,3% dos casos a mãe detém a guarda após separação e/ou divórcio, Cristiane enfatiza que "a proporção de homens e mulheres que induzem a SAP tende ao equilíbrio".
Fonte: Publicada por Carlos Queiroz em 00:05
Hasta la vista, Baby!!!

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