domingo, 22 de fevereiro de 2009

Era do conceito

Em início de 2001, logo após finalizar meu curso técnico de Administração, assisti a uma palestra que iria mudar meus conceitos sobre Gestão. "Novo cidadão, nova Economia". O nome do palestrante? Waldez Luiz Ludwig, conhecido com um dos melhores palestrantes deste país. Professor, consultor em gestão empresarial e palestrante. É formado em Psicologia pela Universidade de Brasília e em Teatro pela Fundação Brasileira de Teatro. Trabalhou como Analista de Sistemas durante vinte anos para órgãos e empresas públicas e privadas.
Passados quase 8 anos continuo a assistir suas palestras. Por isso gostaria de tecer aqui alguns comentários sobre a última que assisti: "Estratégia, inovação para atender um novo consumidor".
A Era da Informação tem seus dias contados. A onda agora está no CONCEITO, na geração de idéias. Isso só é possível através de PESSOAS. O caminho percorrido desde a produção agrícola(onde quem mandava era o do dono da terra), passando pela Revolução Industrial(onde os antigos capatazes foram "promovidos" a chefes e gerentes), passou também pela era da informação e tecnologia até chegar à era do Conceito. Não se pode negar que a informação, continua com seu espaço garantido. A prova disso está na transação de bilhões de dólares, envolvendo a aquisição do Youtube, pela Google, por U$1,65 bi. Mas mesmo assim, com o advento da Internet, a informação banalizou. Há pouco tempo atrás quem detinha a informação, tinha poder. Hoje, a informação "vaza" com uma facilidade incrível, e já não faz mais a diferença. O mais importante não é a tecnologia, nem mesmo a informação ou o poder financeiro das empresas, mas sim seus FUNCIONÁRIOS. "Só as pessoas conseguem gerar inovação e conhecimento. Isso será o diferencial das empresas atuais, pois todas têm computadores, tecnologia, mas para sobreviver terão que inovar".
Na Era do Conceito, os clientes não comprarão mais pelo atendimento e sim pelo modelo de gestão. A empresa tem que ser "bacana". Tem que ter uma idéia. Uma filosofia que vai além dos resultados. "Os comerciais da Nike já não anunciam mais produtos, eles agora querem vender uma idéia". O Boticário diz: "Você pode ser o que quiser". O mais importante para a nova geração de empresas é passar uma idéia que transmita confiança, credibilidade. Que faça sentir orgulho e paixão por sua marca (mirem-se no exemplo dos times de futebol).
A filosofia da empresa bacana passa por uma gestão colaborativa, pela liderança compartilhada, valorização ética e responsabilidade social. Nesse novo modelo, a forma de gerir pessoas muda. Os líderes passam a ter um papel muito mais importante do que apenas orientar, motivar e influenciar pessoas. "O futuro pertence a quem tem outro modelo mental. O modelo mental do artista". Um pintor, quando está criando, não está interessado em saber, de antemão, como será o resultado. Isso o liberta para ser mais criativo e aprender com o processo de criação.
Essa nova era está sendo feita pelo jovem. Ele compra da empresa que tem o melhor conceito; que é politicamente correta. A geração dos pais e avós, não dá a mesma importância para isso. Os jovens valorizam empresas que investem na área social, esportiva, cultural, porque, para eles, elas têm ATITUDE. É esse jovem que está à frente da transformação. Se fosse falar de política, ouviria meu pai, mas se fosse lançar um aparelho celular, ouviria primeiro meu filho. O aparelho de hoje, com poucos centímetros, tem três letras numa só tecla. Se tivesse ouvido meu pai, ele pediria um que fosse do ouvido até a boca, com teclas grandes e números visíveis. Não precisamos ir longe. Você já viu alguém da geração dos 40 anos mandando um torpedo para um amigo ou namorada? Quem pensava em carregar uma discoteca inteira num simples pen drive pendurado no pescoço? Essa inovação, transformou, rapidamente, o CD em peça de museu. Isso para não falar da "hawaiana" que reformulou totalmente seu conceito a ponto de levar Rodrigo Santoro à estréia de LOST, com suas sandálias hawaianas branca. Não é à toa que a principal característica do sucesso é a originalidade.
Uma pergunta: "Daslu ou Daspu?", fazendo menção a duas das mais badaladas grifes deste país. A primeira, maior centro de luxo do Brasil, mas envolvida em um escândalo fiscal. A segunda, formada por prostitutas da ONG carioca Davida, tornou-se uma sensação. Criada em 2005, passou a ser o centro das atenções quando do embate com a Daslu, que se sentiu ofendida com o nome de sua "concorrente", por considerar que a grife das prostitutas era uma "deboche, visando denegrir a imagem da loja". O sucesso foi tamanho que a nova marca, mesmo não tendo sido convidada para participar do Fashion Rio - o que considerou preconceituoso -. atraiu os holofotes e roubou a cena de Gisele Bündchen, no desfile que fez em paralelo, no Circo Voador. Isso tudo leva a uma reflexão: nesse embate, quem saiu com a imagem mais fortalecida? Daslu, com a atitude não tão politicamente correta ou Daspu, lutando contra o preconceito às "damas da noite?" Com certeza Daspu. Daí vem a contra pergunta: Mas quem mora melhor? HOJE Daslu; amanhã? Só Deus sabe... Embora o histórico aponte um novo caminho... o da atitude!! Sendo assim, na Era do Conceito, que venham novas Daspu!!
Obrigado por mais essa caro Waldez!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quer comentar o texto? Fique à vontade!!!!