domingo, 1 de março de 2009

Turismo se faz (também) com pessoas

Saboreiem mais uma pérola que encontrei na WEB.
O texto tem tudo a ver com minha paixão profissional Turismo/Hotelaria.
Em todas as campanhas eleitorais, seja qual for a esfera política já se tornou lugar comum a promessa dos candidatos de incentivar o turismo como a maior fonte de desenvolvimento e promoção de emprego e renda. Quando eleitos projetos e mais projetos são divulgados pela mídia, mas o que se observa é a ênfase na melhoria de acessos aos locais turísticos, a reforma de alguns locais, a construção de novos hotéis e pousadas, melhorias no aeroporto, propagandas em revistas de circulação nacional, veiculação pela mídia televisiva. Isso é realmente necessário (embora a maioria das ruas esteja tão esburacada que fazem o turista sentir-se num rally). Chegam os turistas e realmente se encantam com a capital de reluzente sol, o povo acolhedor, as belas praias, os monumentos históricos. Mas, nota-se a necessidade de um melhor preparo por parte dos atendentes de hotéis e pousadas, restaurantes (mesmo os famosos), barracas de praia, vendedores de artesanato. É incrível ver um dono (ou atendente) de uma barraca na calçada da praia, disposto a atender os visitantes sem camisa, com as unhas sujas, barba por fazer, cabelo desalinhado. Que imagem ele passa para o turista? E muitas vezes não abre nenhum sorriso! E que dizer de um restaurante famoso onde você chega perto da meia-noite, é mal recebido pelo “adiantado” da hora (numa cidade que quer ser turística?), faz seu pedido que, embora não tenha muita gente, demora que é um horror, mas como se está passeando, o tempo não conta. Depois da refeição, pensando em pedir uma sobremesa, um licor ou coisa parecida, observa que os garçons estão desarrumando o local, colocando as cadeiras com as pernas pra cima nas mesas e, alguns deles na porta da parte interna do restaurante, observando se você ainda vai demorar! Dá pra acreditar? Ou que tal chegar num bar na orla marítima, sentar com os amigos, pedir o cardápio e tudo que você gostaria de saborear, que, aliás, está escrito no cardápio, não tem? Ou ser servido em alguns drinques e quando solicita a repetição o garçom lhe avisa que vão fechar e não servirão mais nada? Receber uma amiga de outro estado ou país que gostaria de tomar um chá lá pelas 18 horas e você procurar as casas especializadas e encontrar todas fechadas! A opção foi tomar uma água de côco! Chegar com um amigo estrangeiro e não encontrar um atendente poliglota! Por essa e outras causas muitas cidades fazem projetos e mais projetos turísticos e não “decolam”. Continuam sendo apenas caminho e servindo de roteiro turístico para os visitantes de cidades vizinhas. Observando o site de algumas empresas turísticas de cidades onde realmente o turismo se expande, é possível observar, entre as atrações que elas oferecem, um passeio para conhecer a capital vizinha que apenas faz projetos, mas não investe no que realmente faz a diferença: PESSOAS. É preciso investir nas pessoas que fazem as organizações, desde os proprietários, gerentes, recepcionistas, telefonistas, porteiros, manobristas, garçons etc. Todo mundo precisa ser treinado em atendimento de qualidade. Às vezes o proprietário ou gerente acha que só os empregados são que precisam de treinamento e quando os colaboradores chegam com as novidades aprendidas, são tolhidos nas ações e sugestões de melhorias porque quem precisava também participar ficou sentado atrás da mesa de trabalho achando que já sabe tudo o que precisava saber. Turismo se faz com pessoas! Gente ainda é o maior recurso que uma organização pode ter e é seu maior patrimônio. Elas são as criadoras e inovadoras de produtos e processos que podem fazer a diferença, criando mais valor que o concorrente. Pense nisso, senhor proprietário! Pense nisso pessoal especializado em turismo! Invistam nas pessoas, são elas que, através de suas inteligências colocadas a serviços da organização, vão mudar o panorama turístico de nossa cidade.
Roberia César Souto Maior
Professora da UFPB, consultora de RH. / Artigo publicado no site Administradores.com

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